sábado, 19 de junho de 2010

Religiões Afro-brasileiras

Os negros trazidos da África como escravos geralmente eram imediatamente batizados e obrigados a seguir o Catolicismo. A conversão era apenas superficial e as religiões de origem africana conseguiram permanecer através de prática secreta ou o sincretismo com o catolicismo.
Algumas religiões afro-brasileiras ainda mantém quase que totalmente suas raízes africanas, como é o caso do Candomblé e do Xangô do Nordeste; outras formaram-se através do sincretismo religioso, como o Batuque, o Xambá e a Umbanda. Em maior ou menor grau, as religiões afro-brasileiras mostram influências do Catolicismo e da encataria europeia, assim como da pajelança ameríndia. O sincretismo manifesta-se igualmente na tradição do batismo dos filhos e o casamento na Igreja Católica, mesmo quando os fiéis seguem abertamente uma religião afro-brasileira.

 Imagem: Batuque

Já no Brasil colonial os negros e mulatos, escravos ou forros, muitas vezes associavam-se em irmandades religiosas católicas. A Irmandade da Boa Morte e a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos foram das mais importantes, servindo também como ligação entre o catolicismo e as religiões afro-brasileiras. A própria prática do catolicismo tradicional sofreu influência africana no culto de santos de origem africana como São Benedito, Santo Elesbão, Santa Efigênia e Santo Antônio de Noto (Santo Antônio do Categeró ou Santo Antônio Etíope); no culto preferencial de santos facilmente associados com os orixás africanos como São Cosme e Damião (ibejis), São Jorge (Ogum no Rio de Janeiro), Santa Bárbara (Iansã); na criação de novos santos populares como a Escrava Anastácia; e em ladainhas, rezas e festas religiosas (como a Lavagem do Bonfim onde as escadarias da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim em Salvador, Bahia são lavadas com água de cheiro pelas filhas-de-santo do candomblé).


As igrejas pentencostais do Brasil, que combatem as religiões de origem africana, na realidade têm várias influências destas como se nota em práticas como o batismo do Espírito Santo e crenças como a de incorporação de entidades espirituais (vistas como maléficas). Enquanto o Catolicismo nega e existência de orixás e guias, as igrejas pentencostais acreditam na sua existência, mas como demônios.
Segundo o IBGE, 0,3% dos brasileiros declaram seguir religiões de origem africana, embora um número maior de pessoas sigam essas religiões de forma reservada.

Religiões afro-brasileiras
  • Babaçuê - Pará
  • Batuque - Rio Grande do Sul
  • Cabula - Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
  • Candomblé - Em todos estados do Brasil
  • Culto aos Egungun - Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo
  • Culto de Ifá - Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo
  • Macumba - Rio de Janeiro
  • Omoloko - Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo
  • Quimbanda - Rio de Janeiro, São Paulo
  • Tambor-de-Mina - Maranhão
  • Terecô - Maranhão
  • Umbanda - Em todos estados do Brasil
  • Xambá - Alagoas, Pernambuco
  • Xangô do Nordeste - Pernambuco
  • Confraria
  • Irmandade dos homens pretos
  • Sincretismo
Kataliny Azzolini

    Veja também

    Criamos este blog a princípio para o trabalho de química que, tinha como fundamento publicar fatos e curiosidades sobre a África. Como a África está sediando a Copa de 2010, criamos dois blogs: este, que tem a intenção de noticiar e comentar curiosidades da relação que existe entre o Brasil e a África e, o segundo, o blog Copa 2010, onde encontram-se noticias atuais da copa. 
    Portanto, estou aqui a divulgar o nosso segundo blog, com a intenção de que gostem!

    Blog Copa 2010





    Kataliny Azzolini

    sexta-feira, 18 de junho de 2010

    Bela recepção para o Brasil / Pesquisa e Opinião




    Os torcedores sul-africanos acreditam que a seleção Bafana Bafana pode chegar longe na Copa do Mundo deste ano. Entretanto, caso a equipe nacional não corresponda a todas as expectativas da população, eles já sabem para quem vão torcer no Mundial: para o Brasil.
    A Seleção Brasileira é a segunda preferência da grande maioria na África do Sul. A quantidade de sul-africanos circulando com a camisa do Brasil pelas ruas de Joanesburgo ou assistindo, mesmo que de longe, aos treinos do time brasileiro deixa evidente essa empatia.
    Uma pesquisa realizada pela Federação Internacional de Futebol (Fifa) confirma a preferência. Dos mil sul-africanos que responderam ao questionário da Fifa, 63% disseram que vão torcer pela África do Sul na Copa e 11% que torcerão pelo Brasil. A Inglaterra vem em terceiro, com 4% da preferência dos entrevistados.
    "O Brasil é o melhor", diz o sul-africano Deryl Reddy Salles, que levou toda a família para ver a saída dos jogadores brasileiros do campo em que eles treinam diariamente, em uma escola em Randburg, na região de Joanesburgo. Vestido com um agasalho verde e amarelo e levando a filha de 1 ano no colo, Deryl explica: "Quero que a seleção sul-africana chegue às finais, mas não acho que ela possa ser campeã. O Brasil pode."
    Além de ser a segunda seleção na preferência dos sul-africanos, a equipe brasileira é também a favorita ao título segundo a população do país. De acordo com a pesquisa da Fifa, 37% dos entrevistados acham que o Brasil ganhará esta Copa.
    "Nós amamos o futebol brasileiro" diz Edwell Hesoane, outro sul-africano que foi hoje tentar ver os jogadores da seleção em Randburg.
    Segundo Edwell, na época do apartheid - regime discriminatório que vigorou até 1990 -, a África do Sul não podia participar de copas do Mundo. Os sul-africanos, afirma, aprenderam a gostar de futebol assistindo Pelé, Rivellino e outros brasileiros jogarem. Por isso, a admiração.
    Edwell diz que Dunga, ex-jogador e atual técnico da seleção brasileira, também é um dos responsáveis pelo carinho dos sul-africanos com o futebol brasileiro. Ele reclama, porém, do isolamento que o técnico impôs aos jogadores da seleção. "Eu só não consigo entender por qual motivo ele [Dunga] não deixa os sul-africanos chegarem perto dos jogadores", afirmou decepcionado.

    OPINIÃO/ conclusão
    Eles gostam do Brasil porque a África em geral, também passou pelo mesmo  processo de exploração européia, como ex-colônia... Também eles  se  identificam com o Brasil como uma extensão do continente Áfricano...!

     Kataliny Azzolini


    quarta-feira, 16 de junho de 2010

    Bahia

    Baina um simbolo da ancestralidade e da cultura

    As africanas vendedoras de comida foram as primeiras baianas que Salvador conheceu ainda na época da colônia. Alforriadas ou escravas de ganho, elas vendiam de porta em porta, beijus, cuzcuz, bolinhos e outras iguarias da culinária afro-baiana. Saiam impecavelmente vestidas com batas, saias brancas, torso e pano da costa, enfeitadas de colares, brincos e pulseiras (os balandangãs) e colocavam os tabuleiros equilibrados na cabeça. Até a comida mais famosa de Salvador, o acarajé, era vendida de porta em porta.


      Na sua origem, o acarajé só podia ser vendido exclusivamente pelas filhas de santo de Iansã (Santa Bárbara no sincretismo entre o Catolicismo e o Candomblé), em cumprimento à obrigação do seu Orixá, que determinava inclusive o tempo em que essa obrigação deveria ser mantida. O preparo dos bolinhos – uma massa de feijão fradinho, cebola e sal frita no azeite de dendê - era feito dentro do próprio terreiro de Candomblé, de onde a baiana saía com todos os preceitos que a situação exigia, ostentando um colar de contas vermelhas para simbolizar que era filha de Iansã.


    Há mais ou menos 50 anos, vender acarajé tornou-se um meio de vida para a população afro-descendente de Salvador, ligada ou não ao Candomblé.

     
    Juliani Caminha

    Influência da Cultura Africana no Brasil

                Capoeira não é brincadeira


      O Brasil a partir do século XVI foi palco de uma das maiores violências contra um povo. Mais de dois milhões de negros foram trazidos da África, pelos colonizadores portugueses, para se tornarem escravos nas lavouras da cana-de-açúcar.Tribos inteiras foram subjugadas e obrigadas a cruzar o oceano como animais em grandes galeotas chamadas de navios negreiros. Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro foram os portos finais da maior parte desse tráfico. Ao contrário do que muitos pensam, os negros não aceitavam pacificamente o cativeiro; a história brasileira está cheia de episódios onde os escravos se rebelaram contra a humilhante situação em que se encontravam. A cultura africana sofre modificações face à nova realidade. Os escravos foram se rebelando e criando formas de resistência como os quilombos; comunidades organizadas pelos negros fugitivos, em locais de difícil acesso. Geralmente em pontos altos das matas. O maior desses quilombos estabeleceu-se em Permambuco no século XVII, numa região conhecida como Palmares. Lá uma espécie de Estado africano foi formado com pequenas povoações chamadas mocambos e com uma hierarquia onde no ápice encontrava-se o rei Ganga-Zumbi. Palmares pode ter sido o berço das primeiras manifestações de uma luta de defesa pessoal em forma de dança - a Capoeira – herança dos negros bantos de Angola que lá viveram.

       Desenvolvida para ser uma defesa, a Capoeira foi sendo ensinadados pelos negro que ali ja viviam para os negros que viam chegando.Para não levantar suspeitas, os movimentos da luta foram sendo adaptados às cantorias e aos ritmos das músicas africanas para que parecessem uma dança e para que se preservasse a herança banto.Símbolo de Identidade, solidariedade e resistência durante décadas, a Capoeira foi perseguida e proibida no Brasil.A liberação da sua prática deu-se apenas na década de 30, quando uma variação da Capoeira (mais para o esporte do que manifestação cultural) foi apresentada ao então presidente, Getúlio Vargas que a considerou uma modalidade esportiva brasileira.

    A capoeira possui três estilos que se diferenciam nos movimentos e no ritmo musical de acompanhamento. O estilo mais antigo, criado na época da escravidão, é a capoeira angola. As principais características deste estilo são: ritmo musical lento, golpes jogados mais baixos (próximos ao solo) e muita malícia.





    Juliani Caminha