quinta-feira, 8 de julho de 2010

O samba brasileiro é Africano

O Samba é a principal forma de música de raízes africanas surgida no Brasil. O nome “samba” é, provavelmente, originário do nome angolano Semba, um ritmo religioso, cujo nome significa umbigada, devido à forma como era dançado.

Nos anos trinta, um grupo de músicos liderados por Ismael Silva fundou, na vizinhança do bairro de Estácio de Sá, a primeira escola de samba, Deixa Falar. Eles transformaram o gênero, dando-lhe os contornos atuais, inclusive com a introdução de novos instrumentos, como o Surdo e a Cuíca, para que melhor se adequasse ao desfile de carnaval. Nesta mesma época, um importante personagem também foi muito importante para a popularização do samba: Noel Rosa. Noel é responsável pela união do samba do morro com o do asfalto. É considerado o primeiro cronista da música popular brasileira. Nesta época, a rádio difundiu a popularidade do samba por todo o país, e com o suporte do Presidente Getúlio Vargas, o samba ganhou status de “Música Oficial do Brasil”.
Nos anos seguintes o samba se desenvolveu em várias direções: do Samba Canção às Baterias de Escola de Samba. Um dos novos estilos foi a Bossa Nova, criado por membros da Classe Médi, dentre eles João Gilberto e Antônio Carlos Jobim.
Em meados de 1998 surgiu uma tendência para o Samba que agora seguiria para a direção das influências das músicas caribenhas. Nesse tempo, bandas baianas e também cariocas lançaram novidades como o Samba-Reggae, hoje a principal vertente do Pagade Baiano. Assim, tanto o Samba de Roda quanto a Axé Music, estavam caminhando para a decadência e com pouca vendagem de discos. No início do Século XXI, em concorrência com a popularidade dos Pagodes Carioca e Paulista, o Samba-Reggae, um gênero originalíssimo, tem ganhado popularidade. Grandes bandas têm mantido o estilo, como: Olodum, Terra Samba, Refla, Cidade Negra e até o Só Pra Contrariar.
Atualmente o Samba é o gênero musical mais popular no Brasil e também popular em outras regiões do mundo como no Japão. Alguns artistas brasileiros como Nelson Sargento, Monarco e Wilson Moreira, produzem Samba para japoneses.

 Kataliny Azzolini

A arte Afro brasileira


Embora nascida a partir de uma funda raiz africana, a arte afro-brasileira teve um longo percurso de séculos que lhe possibilitou, não só uma visível autonomia, como uma criatividade própria. Ela percorreu uma trajetória de trocas, sobretudo com os europeus, no seio de um mundo escravocrata e católico que lhe acarretou perdas e ganhos, continuidade e mudança, sem contudo ter havido uma ruptura.
Essa arte permaneceu realimentada pela seiva africana que lhe inspira uma visão de mundo herdada do continente negro, mas sujeita a uma dinâmica proveniente da evolução da sociedade brasileira. Participou de tal modo na construção e desenvolvimento dessa sociedade que, pioneiramente, Gilberto Freyre considerou o negro como “um co-colonizador, apesar da sua condição de escravo”. Após a Abolição ele continuou sofrendo uma enredada, mas pertinaz discriminação racial.

A arte africana tradicional

A arte africana, presente nas sociedades predominantemente rurais, não tem o propósito de ser uma reprodução literal da realidade ou um objeto de pura contemplação, embora o seja também de deleite espiritual e estético.
A sua função primordial é a de produzir valores emocionais para as comunidades às quais pertence e que possuem um saber cultural já estabelecido.
A arte africana é um reflexo fiel das ricas histórias, mitos, crenças e filosofia dos habitantes deste enorme continente. A riqueza desta arte tem fornecido matéria-prima e inspiração para vários movimentos artísticos contemporâneos da América e da Europa. Artistas do século XX admiraram a importância da abstração e do naturalismo na arte africana.

A história da arte africana remonta o período pré-histórico. As formas artísticas mais antigas são as pinturas e gravações em pedra de Tassili e Ennedi, na região do Saara (6000 AC ao século I da nossa era). 
Tassili

comunidades têm uma capacidade de compreendê-la que antecede qualquer reflexão. São apreciadas não pelo que apresentam, mas sim pelo que representam.

A também chamada “arte negra” acompanha a vida da comunidade, é instrumento da sua relação com o espiritual, participando dos ritos e rituais da vida doméstica desde o nascimento, os ritos de passagem, passando pela morte e continuando na perene ligação com a ancestralidade.

Máscara Africana 

Para os africanos, a máscara representava um disfarce místico com o qual
poderiam absorver forças mágicas dos espíritos e assim utilizá-las na
cura de doentes, em rituais fúnebres, cerimônias de iniciação,
casamentos e nascimentos.

 Kataliny Azzolini


terça-feira, 6 de julho de 2010

Influência africana na culinária brasileira

Culinária Afro-brasileira

A cozinha brasileira deriva em grande parte da cozinha africana, mesclada com elementos da cozinha indígena e portuguesa.
Por volta do século 16 à alimentação cotidiana na África, que foi incorporada à comida brasileira pelos escravos, incluía arroz, feijão, sorgo, milho e cuscuz. A carne era predominante de caça (antílopes, gazelas, búfalos e aves). Os alimentos eram preparados assados, tostados ou cozidos. Como tempero utilizava-se pimentas e óleos vegetais como o azeite-de-dendê.



A alimentação dos escravos nas propriedades ricas incluía canjica, feijão-preto, toucinho, carne-seca, laranjas, bananas, farinha de mandioca e o que conseguisse pescar e caçar; e nas pobres era de farinha, laranja e banana. Os temperos utilizados na comida eram o açafrão, o óleo de dendê e o leite de coco. O cuscuz já era conhecido na África antes da chegada dos portugueses ao Brasil, e tem origem no norte da África, entre os berberes. No Brasil, o cuscuz é consumido doce, feito com leite e leite de coco, a não ser o cuscuz paulista, consumido com ovos cozidos, cebola, alho, cheiro-verde e outros legumes. O leite de coco é usado para regar peixes, mariscos, arroz-de-coco, cuscuz, mungunzá e outras iguarias.



A feijoada que hoje é o prato nacional do Brasil. É basicamente a mistura de feijões pretos, carne de porco e farofa. Começou como um prato português que os escravos negros modificaram: os donos de escravos davam as partes pobres do porco aos escravos e estes misturavam estas partes com feijão e farinha.



Juliani Caminha

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Música e dança

A dança originou-se na África como parte essencial na vida das aldeias. Em sua maioria, todos os homens, mulheres e crianças participam da dança, batem palmas ou formam círculos em torno dos bailarinos. Todos os acontecimentos da vida africana são comemorados com dança, nascimento, morte, plantio ou colheita; ela é aparte mais importante das festas realizadas para agradecer aos deuses, uma colheita farta.


  As danças africanas variam muito de região para região, mas a maioria delas tem certas características em comum. Os participantes geralmente dançam em filas ou em círculos, raramente dançam só ou em par. As danças chegam a apresentar algumas vezes até seis ritmos ao mesmo tempo e seus dançarinos podem usar máscaras ou enfeitar-se. A dança interrompe a monotonia e estrutura do tempo. Assim como uma canção, a dança é uma forma de contar histórias.

Ao longo dos anos a dança começou a ser modelada e encaminhada a diferentes estados. A sua trajetória teve início com o fim da escravidão, e em meados dos anos 20 e 30 do século passado, os negros começam a migrar para o Rio de Janeiro deixando marcas do samba e umbanda.




Depois que a umbanda alcançou um devido status, o candomblé tornou-se referência e a dança passa a ser visualizada de maneira marginalizada e é desprezada, por estar quase sempre associada a uma adoração de deuses africanos. A dança africana não foi a única a ser desprezada inicialmente, mas como todas as outras ela teve seu reconhecimento e é uma das mais populares atualmente.

 
Danças afro-brasileiras

Baiano/ baião - de pares
bambelo ou coco - de zambê-de roda bate-baú-de roda
batuque-de-fileira
calango-de-pares
carimbó-de-roda
caxambu-roda
frevo-individual
jongo-de-roda
lundu-de-pares
macunlelê-de-fileira
mineiro-pau-de-pares
pagode de Amarante de fileira
partido-alto-de-roda
samba-de-roda
Lambada
Maxixe
Ijexá
Maracatu
tambor-de-crioula-de-roda.



Instrumentos afro-brasileiros

  Afoxé
Agogô
Atabaque
Berimbau
Tambor
Xequerê



Juliani Caminha

Cultura Afro-descendente no Brasil

   A cultura africana foi trazida para o Brasil durante o longo período de escravidão pelo trafico negreiro. A cultura brasileira teve origem a partir da mistura com as diversas etnias dos escravos que foram trazidos de lugares diferentes, junto com a indigena e as dos portugueses. Os africanos trazidos para o Brasil incluindo bantos, nagôs e jejes, cujas crenças religiosas deram origem as religiões afro-brasileiras. Assim como a cultura indígena, a africana foi suprimida pelos colonizadores. Nas colônias os escravos aprendiam portugueses, eram batizados com nomes portugueses e obrigados a se converter ao catolicismo.




       Os africanos contribuíram para cultura do Brasil em vários aspectos: religião, dança, música, culinária e idioma. Essa influencia é notada em alguns estados do nosso país como: Bahia, Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul a cultura afro-brasileira é particularmente destacada em virtude da migração dos escravos.
  

                                                                                                           
Juliani Caminha

sábado, 19 de junho de 2010

Religiões Afro-brasileiras

Os negros trazidos da África como escravos geralmente eram imediatamente batizados e obrigados a seguir o Catolicismo. A conversão era apenas superficial e as religiões de origem africana conseguiram permanecer através de prática secreta ou o sincretismo com o catolicismo.
Algumas religiões afro-brasileiras ainda mantém quase que totalmente suas raízes africanas, como é o caso do Candomblé e do Xangô do Nordeste; outras formaram-se através do sincretismo religioso, como o Batuque, o Xambá e a Umbanda. Em maior ou menor grau, as religiões afro-brasileiras mostram influências do Catolicismo e da encataria europeia, assim como da pajelança ameríndia. O sincretismo manifesta-se igualmente na tradição do batismo dos filhos e o casamento na Igreja Católica, mesmo quando os fiéis seguem abertamente uma religião afro-brasileira.

 Imagem: Batuque

Já no Brasil colonial os negros e mulatos, escravos ou forros, muitas vezes associavam-se em irmandades religiosas católicas. A Irmandade da Boa Morte e a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos foram das mais importantes, servindo também como ligação entre o catolicismo e as religiões afro-brasileiras. A própria prática do catolicismo tradicional sofreu influência africana no culto de santos de origem africana como São Benedito, Santo Elesbão, Santa Efigênia e Santo Antônio de Noto (Santo Antônio do Categeró ou Santo Antônio Etíope); no culto preferencial de santos facilmente associados com os orixás africanos como São Cosme e Damião (ibejis), São Jorge (Ogum no Rio de Janeiro), Santa Bárbara (Iansã); na criação de novos santos populares como a Escrava Anastácia; e em ladainhas, rezas e festas religiosas (como a Lavagem do Bonfim onde as escadarias da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim em Salvador, Bahia são lavadas com água de cheiro pelas filhas-de-santo do candomblé).


As igrejas pentencostais do Brasil, que combatem as religiões de origem africana, na realidade têm várias influências destas como se nota em práticas como o batismo do Espírito Santo e crenças como a de incorporação de entidades espirituais (vistas como maléficas). Enquanto o Catolicismo nega e existência de orixás e guias, as igrejas pentencostais acreditam na sua existência, mas como demônios.
Segundo o IBGE, 0,3% dos brasileiros declaram seguir religiões de origem africana, embora um número maior de pessoas sigam essas religiões de forma reservada.

Religiões afro-brasileiras
  • Babaçuê - Pará
  • Batuque - Rio Grande do Sul
  • Cabula - Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
  • Candomblé - Em todos estados do Brasil
  • Culto aos Egungun - Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo
  • Culto de Ifá - Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo
  • Macumba - Rio de Janeiro
  • Omoloko - Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo
  • Quimbanda - Rio de Janeiro, São Paulo
  • Tambor-de-Mina - Maranhão
  • Terecô - Maranhão
  • Umbanda - Em todos estados do Brasil
  • Xambá - Alagoas, Pernambuco
  • Xangô do Nordeste - Pernambuco
  • Confraria
  • Irmandade dos homens pretos
  • Sincretismo
Kataliny Azzolini

    Veja também

    Criamos este blog a princípio para o trabalho de química que, tinha como fundamento publicar fatos e curiosidades sobre a África. Como a África está sediando a Copa de 2010, criamos dois blogs: este, que tem a intenção de noticiar e comentar curiosidades da relação que existe entre o Brasil e a África e, o segundo, o blog Copa 2010, onde encontram-se noticias atuais da copa. 
    Portanto, estou aqui a divulgar o nosso segundo blog, com a intenção de que gostem!

    Blog Copa 2010





    Kataliny Azzolini

    sexta-feira, 18 de junho de 2010

    Bela recepção para o Brasil / Pesquisa e Opinião




    Os torcedores sul-africanos acreditam que a seleção Bafana Bafana pode chegar longe na Copa do Mundo deste ano. Entretanto, caso a equipe nacional não corresponda a todas as expectativas da população, eles já sabem para quem vão torcer no Mundial: para o Brasil.
    A Seleção Brasileira é a segunda preferência da grande maioria na África do Sul. A quantidade de sul-africanos circulando com a camisa do Brasil pelas ruas de Joanesburgo ou assistindo, mesmo que de longe, aos treinos do time brasileiro deixa evidente essa empatia.
    Uma pesquisa realizada pela Federação Internacional de Futebol (Fifa) confirma a preferência. Dos mil sul-africanos que responderam ao questionário da Fifa, 63% disseram que vão torcer pela África do Sul na Copa e 11% que torcerão pelo Brasil. A Inglaterra vem em terceiro, com 4% da preferência dos entrevistados.
    "O Brasil é o melhor", diz o sul-africano Deryl Reddy Salles, que levou toda a família para ver a saída dos jogadores brasileiros do campo em que eles treinam diariamente, em uma escola em Randburg, na região de Joanesburgo. Vestido com um agasalho verde e amarelo e levando a filha de 1 ano no colo, Deryl explica: "Quero que a seleção sul-africana chegue às finais, mas não acho que ela possa ser campeã. O Brasil pode."
    Além de ser a segunda seleção na preferência dos sul-africanos, a equipe brasileira é também a favorita ao título segundo a população do país. De acordo com a pesquisa da Fifa, 37% dos entrevistados acham que o Brasil ganhará esta Copa.
    "Nós amamos o futebol brasileiro" diz Edwell Hesoane, outro sul-africano que foi hoje tentar ver os jogadores da seleção em Randburg.
    Segundo Edwell, na época do apartheid - regime discriminatório que vigorou até 1990 -, a África do Sul não podia participar de copas do Mundo. Os sul-africanos, afirma, aprenderam a gostar de futebol assistindo Pelé, Rivellino e outros brasileiros jogarem. Por isso, a admiração.
    Edwell diz que Dunga, ex-jogador e atual técnico da seleção brasileira, também é um dos responsáveis pelo carinho dos sul-africanos com o futebol brasileiro. Ele reclama, porém, do isolamento que o técnico impôs aos jogadores da seleção. "Eu só não consigo entender por qual motivo ele [Dunga] não deixa os sul-africanos chegarem perto dos jogadores", afirmou decepcionado.

    OPINIÃO/ conclusão
    Eles gostam do Brasil porque a África em geral, também passou pelo mesmo  processo de exploração européia, como ex-colônia... Também eles  se  identificam com o Brasil como uma extensão do continente Áfricano...!

     Kataliny Azzolini


    quarta-feira, 16 de junho de 2010

    Bahia

    Baina um simbolo da ancestralidade e da cultura

    As africanas vendedoras de comida foram as primeiras baianas que Salvador conheceu ainda na época da colônia. Alforriadas ou escravas de ganho, elas vendiam de porta em porta, beijus, cuzcuz, bolinhos e outras iguarias da culinária afro-baiana. Saiam impecavelmente vestidas com batas, saias brancas, torso e pano da costa, enfeitadas de colares, brincos e pulseiras (os balandangãs) e colocavam os tabuleiros equilibrados na cabeça. Até a comida mais famosa de Salvador, o acarajé, era vendida de porta em porta.


      Na sua origem, o acarajé só podia ser vendido exclusivamente pelas filhas de santo de Iansã (Santa Bárbara no sincretismo entre o Catolicismo e o Candomblé), em cumprimento à obrigação do seu Orixá, que determinava inclusive o tempo em que essa obrigação deveria ser mantida. O preparo dos bolinhos – uma massa de feijão fradinho, cebola e sal frita no azeite de dendê - era feito dentro do próprio terreiro de Candomblé, de onde a baiana saía com todos os preceitos que a situação exigia, ostentando um colar de contas vermelhas para simbolizar que era filha de Iansã.


    Há mais ou menos 50 anos, vender acarajé tornou-se um meio de vida para a população afro-descendente de Salvador, ligada ou não ao Candomblé.

     
    Juliani Caminha

    Influência da Cultura Africana no Brasil

                Capoeira não é brincadeira


      O Brasil a partir do século XVI foi palco de uma das maiores violências contra um povo. Mais de dois milhões de negros foram trazidos da África, pelos colonizadores portugueses, para se tornarem escravos nas lavouras da cana-de-açúcar.Tribos inteiras foram subjugadas e obrigadas a cruzar o oceano como animais em grandes galeotas chamadas de navios negreiros. Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro foram os portos finais da maior parte desse tráfico. Ao contrário do que muitos pensam, os negros não aceitavam pacificamente o cativeiro; a história brasileira está cheia de episódios onde os escravos se rebelaram contra a humilhante situação em que se encontravam. A cultura africana sofre modificações face à nova realidade. Os escravos foram se rebelando e criando formas de resistência como os quilombos; comunidades organizadas pelos negros fugitivos, em locais de difícil acesso. Geralmente em pontos altos das matas. O maior desses quilombos estabeleceu-se em Permambuco no século XVII, numa região conhecida como Palmares. Lá uma espécie de Estado africano foi formado com pequenas povoações chamadas mocambos e com uma hierarquia onde no ápice encontrava-se o rei Ganga-Zumbi. Palmares pode ter sido o berço das primeiras manifestações de uma luta de defesa pessoal em forma de dança - a Capoeira – herança dos negros bantos de Angola que lá viveram.

       Desenvolvida para ser uma defesa, a Capoeira foi sendo ensinadados pelos negro que ali ja viviam para os negros que viam chegando.Para não levantar suspeitas, os movimentos da luta foram sendo adaptados às cantorias e aos ritmos das músicas africanas para que parecessem uma dança e para que se preservasse a herança banto.Símbolo de Identidade, solidariedade e resistência durante décadas, a Capoeira foi perseguida e proibida no Brasil.A liberação da sua prática deu-se apenas na década de 30, quando uma variação da Capoeira (mais para o esporte do que manifestação cultural) foi apresentada ao então presidente, Getúlio Vargas que a considerou uma modalidade esportiva brasileira.

    A capoeira possui três estilos que se diferenciam nos movimentos e no ritmo musical de acompanhamento. O estilo mais antigo, criado na época da escravidão, é a capoeira angola. As principais características deste estilo são: ritmo musical lento, golpes jogados mais baixos (próximos ao solo) e muita malícia.





    Juliani Caminha



    terça-feira, 25 de maio de 2010

    O que acha dessa imagem como logo do blog?


    A intenção dessa imagem foi a de estabelecer uma certa relação e união do Brasil com a África, por isso uni os dois mapas, formando uma parte da pangea com imagens de características de ambas as terras.
    VOU TENTAR MUDAR A COR DE FUNDO PARA PRETA OU TRANSPARENTE.

    sábado, 22 de maio de 2010

    Brasil instala fábrica de medicamentos contra AIDS na África

    O Ministério da Saúde vai doar R$ 13,6 milhões para a primeira fase de instalação de uma fábrica de medicamentos contra a aids em Moçambique. Por meio de cooperação entre os governos brasileiro e moçambicano, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vai aplicar diretamente os recursos no desenvolvimento do projeto da unidade, na compra de todos os equipamentos e na capacitação de profissionais de saúde no país africano. A Lei que libera o valor foi publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira (15).
    A partir do projeto de construção da fábrica, elaborado pela Fiocruz, o governo de Moçambique vai realizar as obras. Quando as instalações estiverem prontas, a fundação vai enviar os aparelhos. Extensão do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos) da Fiocruz, a fábrica deverá começar a funcionar no fim de 2010, em Maputo, capital de Moçambique.
    Na fase inicial, o país africano vai apenas embalar os medicamentos enviados pelo Brasil. Depois disso, por meio da gradual transferência de tecnologia brasileira, os moçambicanos vão desenvolver os próprios antirretrovirais. Para o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, o acordo entre os dois governos contribuirá com a melhoria da qualidade de vida dos moçambicanos.
    “Vamos gerar conhecimento e permitir o desenvolvimento econômico e social de Moçambique. Essa cooperação está inserida nas políticas do governo brasileiro de fortalecimento das relações com os países de língua portuguesa”, ressalta Temporão. O ministro da Saúde observa também que o acordo está entre as prioridades do programa Mais Saúde: direito de todos, projeto lançado em 2007 pelo Ministério para promover um novo padrão de desenvolvimento na área da saúde.

    Kataliny Azzolini

    AIDS, devastação da África e a ajuda do Brasil

    Tem um continente inteiro morrendo de Aids. A doença já ceifou 17 milhões de africanos, um quinto deles crianças. Em alguns países, como Botsuana, mais de um terço da população adulta está infectada pelo vírus HIV. Como a população produtiva está morrendo, esses países, antes miseráveis, estão ficando ainda mais pobres. Sete em cada dez ocorrências de Aids no mundo se concentram no continente africano – especialmente na metade sul. Pior: a tendência é que a doença continue avançando. Não há tratamento médico que faça frente à epidemia, nem remédios para tratar os doentes, nem esperança para aliviar o sofrimento de quem fica.
    A Aids está destruindo a África. Já matou 17 milhões de pessoas. A má notícia é que não há saída fácil para a tragédia. A boa é que o Brasil tem uma idéia que pode funcionar - desde que a indústria farmacêutica abra mão de parte dos seus lucros.
    O programa brasileiro é simples. Ele prevê a produção de remédios localmente, sem a paga de royalties para os laboratórios multinacionais que detêm as fórmulas. Com isso, barateiam-se os preços e pode-se distribuir remédios de graça à população.
    O problema é que os laboratórios alegam que precisam dos royalties para continuar desenvolvendo novas drogas. As entidades que representam doentes acusam as empresas de estarem interessadas só nos lucros e de serem responsáveis diretas pela morte de milhões de pessoas ao redor do mundo – e especialmente na África. Nas palavras da organização não-governamental inglesa Oxfam: “A existência das patentes, que dão às empresas que inventaram o remédio o monopólio de exploração do produto por 20 anos, é responsável pelo genocídio dos doentes”.
    O governo americano saiu em defesa da indústria e está fazendo tudo para evitar que a solução brasileira seja aplicada na África. Fácil entender: os Estados Unidos são o país de origem da maioria dos laboratórios. Em abril, o Brasil aprovou, na Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, a proposta de transformar “o acesso a drogas para doentes de Aids” em um “direito humano”. Os Estados Unidos foram o único país, dos 50 presentes à reunião, a não endossar a proposta. Votaram em branco.
    O Brasil lidera uma corrente que tenta achar uma saída negociada para o impasse. O Ministério da Saúde quer descontos nas drogas do coquetel que comprar dos laboratórios. A avaliação do governo é que, sem a ajuda da indústria, será impossível manter em funcionamento seu programa-modelo de combate à Aids. É que a legislação brasileira exige que novos remédios sejam incorporados ao coquetel à medida que são desenvolvidos. E não é possível reaplicá-los todos em genéricos porque, desde 1997, há uma lei de patentes vigorando no Brasil, coisa que não existia quando o país começou a produzir seus próprios medicamentos.

    Kataliny Azzolini

    sexta-feira, 21 de maio de 2010

    Reunião com Ministros da Cultura

    Com o tema “A Força da Diáspora Africana”, acontece em Salvador, entre os dias 25 e 28 de maio, o II Encontro Iberoamericano de Ministros da Cultura para uma Agenda Afrodescendente das Américas (II Encontro Afro-latino).

    O objetivo principal é a elaboração de um plano que contemple políticas públicas de ações afirmativas para a igualdade racial. Estas ações serão formatadas por meio de projetos e propostas de cooperação entre os 20 países da América Latina e Caribe que participam da reunião. O evento é promovido pelo Ministério da Cultura, por meio da Fundação Cultural Palmares.

    A reunião é um compromisso assumido em 2008, na primeira edição do encontro em Cartagena, na Colômbia, e reunirá, além dos ministros de cultura, organismos internacionais como a Organização dos Países Ibero-Americanos (OEI), Unesco e Organização Internacional para as Migrações. Paralelo à reunião dos ministros, acontecerá também o Encontro de Pensadores, reunindo agentes políticos, sociais e especialistas na área de cultura negra na América Latina e Caribe para, também, dialogarem sobre as diretrizes políticas em torno do tema.

    Saiba Mais Sobre o II° Encontro Afro-Latino.


    Kataliny Azzolini